sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Esta história é fictícia. Qualquer semelhança com fatos reais é mera coincidência


Às vezes sinto esta curiosidade de sair de casa e ver pessoas, depois do primeiro impulso tenho o choque com a realidade, aí como sempre sinto-me algo a parte, até mesmo mal vestido, não consigo me sentir parte do meio em que estou, ate pegar um copo na mão, não que eu beba demasiado, ou que precise dele para perder a timidez através do álcool, simplesmente é algo para se sentir despercebido, pois não a álcool no mundo que faça eu perder meu acanhamento. Já que estou com ele na mão bebo e assim começo a observar, teço estórias para todos que estão em meu campo de visão, sim, estórias complexas com inicio, o meio delas, é justamente o momento que nossos olhos se cruzam, o fim da estória é precisamente o desenrolar da noite que observo. Muitas vezes faço que espero alguém, é mais fácil de aguentar olhos inquiridores com um álibi, mesmo que fictício, sim minto para mim mesmo.
Fecho os olhos tento ligar minha estória a todas as outras que criei, o presente vira o catalizador, esqueço os reais propósitos que me moveram e movem todos ate ali. Decido largar o copo, mas já é tarde e a ultima musica toca no som, a multidão se desvanece.
Acordo, ouço o velho ruído na minha mente, não sei se um dia ele irá parar, minha psiquiatra diz que não. Teria eu de fazer algo para isso, não sei o que fazer talvez eu devesse deixar coisas para trás, ideias antigas, preconceitos antigos, velhos tabus, mas não sei por onde começar, do que abdicar. Vou arrancar fora tudo que eu “acho”, o que sobrar deve ser eu, puramente eu, silenciosamente eu.
Levanto, não posso dizer se foi sonho ou simples lembrança hoje em dia tudo anda muito parecido, vou para a frente do espelho seminu , não me reconheço certamente não sinto o que represento, afinal de quem é aquele reflexo. Minha vontade era de por uma tatuagem, um símbolo que representasse o que eu sou, um desenho que me diga o que eu deveria ser. Ontem decidi não sei mais o que quero ser.
O meu corpo desce as escadas, o piloto automáticos se encarrega dos por menores, encontrar as chaves da casa, pegar o celular e os óculos encontrar a maldita chave do carro. Entro em um túnel atapetado de paralelepípedos e do nada estou sentado em minha mesa olhando para meus monitores, lá fora a temperatura é sufocante, aqui dentro é húmido e frio, definitivamente o que e esse vidro separa são países e não ambientes.
Essa luz branca que vem do teto me queima os olhos e todos os dias faz-me morrer mais um bocado por dentro. Muitos telefones e computadores à minha volta...mais um dia de mercado em queda… mais um dia neste lugar, gente estranha em uma terra estranha apetece-me gritar. Gritar e gritar… Esta vida criada para mim não é a minha. Não sou eu. Não sei quem eu sou. Fui eu quem a criei? Não a quero mais. Nunca a quis.
Quem eu sou hoje? Quem eu serei amanha? Se souberes me diz.
Site Meter