domingo, 23 de maio de 2010

Sei lá...


As vezes acho que minha vida se converteu em uma fantasia, como se estivesse vivendo em uma bolha, e ali dentro estou preso e ainda não consigo conversar com as pessoas  sobre mim, pois  parece-me que até a minha morte é impossível descobrir qual é o meu caminho, somente depois e em instantes antes dela eu poderia revelar  o meu verdadeiro proposito, mas aí me toquei de uma coisa e  sei que você leitor  pode não acreditar, mas em alguns momentos somos só  programação. Não estou muito orgulhoso de mim,  pois não viajei todo o mundo ainda,  tão pouco encontrei o que amo fazer e  como ganhar dinheiro com isso, mas por mais insano que isso pareça  e com meu senso de predicado, pude depois de algum tempo pensando no assunto  dizer, qual meu principal objetivo na vida, pois descobri o que ele é: conhecer  a felicidade, mesmo sabendo que tudo isso foi evolucionariamente condicionado em meu cérebro ,  essa busca por “sentir-se bem”,  afinal isso aumenta as possibilidades de sobrevivência e reprodução. Quando descubro o que a felicidade é, um modelo estatístico de aumento de sobrevivência e cópia  e mesmo com todo  esse  fardo evolucionário nem sempre estou contente, mesmo que seja programado pra isso, e normalmente  sempre espere ou  procure isso, quimicamente sou uma paria da evolução mas apesar de tudo eu acho que a solidão  não me faz  tão mal  assim e mesmo não querendo nem um indulto as vezes precisamos das concessões de alguém... Pois que sintamo-nos assustados  isso não faz mal algum afinal e não obstante fizemos parte de um circulo social de 6,45 bilhões de pessoas a que chamamos de humanidade, assim a relutância não muda o fato de que somos seres sociais, a interação com outros  seres humanos se torna obvia  porem  conseguir isso com diversão e bom humor  é difícil e não muda o fato, que eu gostaria de conhecer o que existe de melhor no outros antes de tudo.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Caos


Depois das delicias que provou, sabia que nunca mais seria o mesmo. As pessoas que se alimentam às vezes de substancias raras nunca mais voltam a ser as mesmas. Notava porem que quanto mais se dedicava a esta causa, pouco poderia salvar caso bate-se em retirada sabia que muito tinha criado e idealizado, não sabia o que era real, se é que algo um dia é real.
Absolutamente não era isso que se passava em sua cabeça até pouco tempo, apenas queria vislumbrar todas as possibilidades; E como o pensamento estratégico estava tão de mode, a possibilidade da derrota era uma constante, estava ali sem consciência mas com um certo e prévio aviso, tudo mudou , sem mais luta ou extravaso tomou a media nunca imaginada, não salvou o que podia, não voltou atrás, apenas desistiu.
Mas parafraseando o poeta, sabia apenas que não era melhor ou superior; que de forma alguma tinha respostas para as perguntas do mundo, muito menos para as suas. Quem conhece alguém nesse mundo, quem mesmo se conhece? A única certeza que possuía, e esta certeza era absoluta em toda a sua forma, pois, sabia que o lugar que ela estivesse era o lugar que ele queria estar, em fim, o lugar de onde ela vinha era o lugar que ele pertencia, ate o choque da dura realidade, quem era ela, será que ela ao menos existiu algum dia?
A experiência mais uma vez sobrepunha a expectativa, viemos ao mundo sós, sozinhos deitamos nossas cabeças no travesseiro e na solidão de nossas cabeças sonhamos desamparados.
Mas não lamente acatado leitor, são apenas palavras, nem tristeza elas descrevem, não significam coisa alguma, são apenas um caos de consoantes e vogais, aqui o que realmente importa são as conexões que fizemos com elas, e estas desvaneceram-se no ar.


POA 12:02PM 16/05/10

domingo, 9 de maio de 2010

Sans Masques..


Muitas vezes não sabemos quem realmente somos, simplesmente por não podermos ser, mas só nos damos conta de tal coisa quando podemos realmente despir-nos de nossas mascaras (mascaras que nem mesmo sabemos que usamos), pois como podemos sentir falta de algo que nunca tivemos? Somente a partir do momento que você consegue falar tudo que vem a sua cabeça sem medo de ser mal entendido ou mesmo nada entendido! Quando os primeiros termos que vem a sua cabeça podem fluir pela sua boca com a certeza de que o objetivo pode ser alcançado . Segundo a lei dos jogos, só podemos ser melhores em um jogo quando enfrentamos jogadores melhores que nós, e que, quanto mais difícil é o jogo, mais sofisticado é o jogador. Usando isso em uma analogia a nossas vidas, somos muito daquilo com que temos contato, com aquilo que convivemos ou encontramos...

Como seria a vida se tivéssemos contato com alguém que esta na mesma sintonia, alguém que possui a generosidade de reconhecer em nós traços de normalidade que ninguém mais o consegue ver??? Quando se podem compartilhar opiniões que outros censurariam, não entenderiam por considera-las cáusticas, irônicas, negativas, sexistas ou incompreensíveis. Quando encontramos um vinculo que ate mesmo propícia pequenas conspirações que outros nunca entenderiam por não julgar fazer parte da normalidade.

As palavras de Montaigne não podem ser mais alusivas:

O encanto de uma pessoa com que se vive em perfeita concordância nunca será caro de mais em minha opinião(...) Estávamos à procura um do outro antes mesmo de nos conhecermos devido a informações recíprocas que recebíamos(...) Quando do nosso primeiro encontro que o acaso favoreceu sentimo-nos tão a vontade, tão ligados um ao outro que, desde então, nada era mais intimo a cada um do que cada um era para o outro

Por mais tristes que as palavras que logo direi são, e eu sei disso através de minha própria carne, pois apenas podemos dar valor às pessoas especiais assim, graças as muitas outras que tanto nos decepcionaram , estas que mostram o verdadeiro sentido da comparação, deixando claro que forma um belo diamante tem em meio a toda a lama.

Termino aqui com as palavras de Montaigne:

Luy seul jouyssoit de ma vraye image.

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