sexta-feira, 26 de setembro de 2008

PELA VASTIDÃO DA ETERNIDADE


Li um livro de Rubens Fonseca, O caso Morel, etâ livrinho que eu queria ter escrito, seu texto é saboroso, com truques temporais e narrativos que nos tentam fazer-se perder em meio à trama, tudo isso junto com pitadas de citações e insides mentais do protagonista, não nos deixando saber, se ele Morel (Morais) é realmente o que diz ser. Divagando...: Aceitaria ser lembrado “pela vastidão da eternidade”, por tal obra.
Falando em vastidão, o que este herói gostaria mais, fala serio! O nome de um órgão do corpo humano foi dado em homenagem a ele, que fique bem em sua tumba (onde e o q quer que ela seja): Aquiles.

Chamado diante do tribunal revolucionário e percebendo que seria inevitavelmente
condenado a morte, Roux burlou a guilhotina suicidando-se de forma dolorosa.
“Não me queixo do tribunal, disse, antes de morrer; Ele agiu de acordo com a
lei; Mas eu agi de acordo com a minha liberdade; Morrer colocando a liberdade
acima da lei é morrer como um anarquista”


Aonde se encontra a veia poética que cada um carrega dentro de si? Ou será que nem todos possuem tal característica? Alguns escritores como o próprio Thomas Mann, acreditam que pessoas ordinárias fazem coisas ordinárias. Ele cita um caso, de um cara normal, com uma vida normal que num percalço da vida acabou sendo preso, a normalidade da vida de tal individuo acabou aí, pois toda a privação que este homem teve de viver, e se acostumar, despertaram nele seu lado artístico, e com a experiência que foi obrigado a viver, escreveu um livro, um livro muito bom, que mesmo ele Thomas, chama de obra de mestre.Mas o problema não esta na grandiosidade de tal obra e sim no que este cara teve que passar para se descobrir um poeta, ou será que sempre o foi e não sabia? Sonho em escrever algo importante, simples e ideal, mas se este for o preço, ainda tenho que economizar, pois não possuo a capacidade para pagar.
Pois saber que, o hiato que existe entre um chipanzé e nós e menor que o que existiu entre Sócrates e o resto das pessoas. É sim, estamos mais próximos de um macaco do que de um gênio!
Qual é a característica humana mais universal, a obstinação ou a
preguiça?

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

PORQUE ASSISTI MATRIX MAIS DE 50 VEZES ...


Hoje fui forçado a pensar no assunto, talvez possam ter sido os elogios (que o ego agradece) porem a conversa que tive hoje calou fundo e a algum tempo penso em escrever uma serie sobre o tema e mesmo que não diretamente vou começar por aqui e a pergunta é: porque assisti Matrix mais de 50 vezes ?
Seguinte, as pessoas quando se fala sobre Matrix pensam logo na bixinha do Keanu e nas cenas de lutas, vinil preto colado no corpo e etc etc etc pra mim a coisa fica uma pouquinho mais complexa vou começar dizendo porque...


Na "realidade", julgamos as pessoas e situações sem ter plenas infor­mações o tempo todo! fazemos isso por questão de praticidade, pois o tempo necessário para adquirir todas as informações seria proibitivo em nossas vidas. Preenchemos os espaços vazios de conhecimento com nos­sos palpites e preconceitos. Então pergunto para você, o que é "real"? Afinal quando pensamos em um fato uma boa parte de tudo nós construímos, estamos o tempo todo preenchendo lacunas com que medida e qualidade só Deus sabe!as informações que usamos como uma base para construir uma compreensão coerente de uma situação não nos são dadas de forma cuidadosamente construída. Pegamos certos detalhes e criamos nossa pró­pria história, usando nossos preconceitos e julgamentos, trabalhando ne­cessariamente a partir de nossa perspectiva, que é determinada em grande parte por nossa cultura. Se esse é realmente o caso e se, de fato, estamos criando e preenchendo partes significativas de nossas realidades, esta­mos, de certa forma, inventando nossas histórias — e essas histórias são nossas vidas.

Então eu pergunto novamente pra você para que você entenda o que eu entendi quando senti que não era apenas eu quem tinha um espeto atravessado no cérebro.
What is real???

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

AH POIS É...

Sei que não deveria, pois é o mais próximo de aparecer pelado que posso imaginar, uma nudez escrita, mas me deu vontade de mostrar, também não ache que é algo muito importante, são apenas vaga-lumes em um mundo que o sol manda no brilhar. Amanhã não é provável, mas um dia vou colocar uma poesia de verdade, algo que enterre meus versinhos lá no mais fundo do mar.(ha!)

Deitado, coberto e quente na tranqüilidade do aconchego vejo o sol raiar
já não agüentava mais esperar por ele, pois em dias inspirados de alegria, que a saudade nem me viu
tenho apenas o agora com que pensar
vejo que ainda sou boa pessoa, das que acredita na beleza como forma expressa de que Deus ama o amor e a alegria; E que a nós resta imitar ...
Porque só sentimos falta do que não temos ?E depois de ter já não queremos. Será o querer incompatível com o ter ou será que o ter é egoísta e sempre quer mais haver...
Mas no fim do dia, já na intermitência da luz, foi na sombra de um armário e de um lustre que eu vi a sua silhueta.
Vi uma boca e logo imaginei seu beijo. Qual espécie de armário e onde se encontrava a luz para produzir tão bela imagem que para quem consegue ver, logo deduz
na verdade não tinha armário muito menos luz. Apenas a saudade forte que faz a gente ver coisas que a imaginação produz. Mas não ache que foi uma miragem, tão pouco uma visão, foi o sonho do armário e da luz! Que importa que ele nem ela realmente existam. Para se ver a amada basta o amor, que o resto se aduz!




Agora um de verdade, anônimo pra mim pelo menos...

"Pourquoi faire ce tas de plaisirs, de frissons, de caresses, de pauvres promesses ?A quoi bon se laisser reprendreLe coeur en chamade,Ne rien y comprendre,C'est une embuscade"

"Porque fazer este amontoado de prazer, sentir o estremecimento, as carícias de pobres promessas? É bom deixar um coração se repreender, lá nada ha para não compreender, apenas a incessante busca"

domingo, 14 de setembro de 2008

...

Aonde se encontra a veia poética que cada um carrega dentro de si? Ou será que nem todos possuem tal característica? Alguns escritores como o próprio Thomas Mann, acreditam que pessoas ordinárias fazem coisas ordinárias. Ele cita um caso, de um cara normal, com uma vida normal que num percalço da vida acabou sendo preso, a normalidade da vida de tal individuo acabou aí, pois toda a privação que este homem teve de viver, e c acostumar, despertaram nele seu lado artístico, e com a experiência que foi obrigado a viver, escreveu um livro, um livro muito bom, que mesmo ele Thomas, chama de obra de mestre.Mas o problema não esta na grandiosidade de tal obra e sim no que este cara teve que passar para se descobrir um poeta, ou será que sempre o foi e não sabia? Sonho em escrever algo importante, simples e ideal, mas se este for o preço, ainda tenho que economizar, pois não possuo a capacidade para pagar.

Pois saber que, o hiato que existe entre um chipanzé e nós e menor que o que existiu entre Sócrates e o resto das pessoas. É sim, estamos mais próximos de um macaco do que de um grande pensador! Qual é a característica humana mais universal, a obstinação ou a preguiça?

sábado, 13 de setembro de 2008

ANTIPIRÉTICOS...

DDSabia que chegara a hora, anos e anos de terapia provocados pelo maldito medo estavam para serem provados.Na sua mente um amigo oculto, seu alterego, provavelmente um demônio q dizia “entre vamos, a casa é sua, paga com o seu dinheiro, mas não se esqueça de antes pegar sua arma afinal não queremos ser pegos de surpresa por um estranho” No momento que abriu a porta sentiu que não deveria entrar, as duas vozes que se confundiam em sua cabeça, o anjo e o demônio como dizia, nunca era possível identificá-los, pelo menos não até quando já não adiantasse mais. Acabou entrando, as luzes estavam apagadas, um silencio sepulcral por toda a sala. Súbito uma tranqüilidade extasiante invadiu seu corpo, era tudo sua imaginação... o prenuncio de que tudo não estava como deveriaD estar veio com a garrafa de vinho sobre a mesa, correu para as escadas, subindo os degraus de dois em dois, chegou no corredor que levava a suíte, pela fresta em baixo da porta via a luz acessa, um murmúrio vinha de dentro, um emaranhado de vozes sussurradas, abafadas, teve a certeza de ouvir alguém dizendo “foge” . A arma que se encontrava na sua cintura começou a pesar, achou melhor segurá-la na mão, em um rompante chutou a porta e lá estavam eles enroscados um no outro. Os tiros abafaram o ambiente com seu som, o zumbido do estouro custou a passar, mas quando se foi tudo era calmaria, como o mar após a tormenta, apenas a tv continuava ligada em algum lixo infantil. Estendida na cama ainda enroscada com ele sua mulher jazia morta, mas o desgraçado ainda se mexia embaixo do edredom, agora com a arma já descarregada achou melhor aplacar sua ira e usar o abajur de ferro do criado mudo no que achou ser a cabeça do maldito, uma, duas, três, perdeu as contas das batidas de desferiu naquele que tentava ocupar seu lugar, em fim sentia-se completo como um macho que faz o que tem que fazer para proteger seu território, saiu foi para a cozinha preparar um chá, sempre precisava de um para sentir-se calmo, pegou o telefone e ligou para a policia, sim estava certo e a lei estava do seu lado. Mais tarde os vizinhos comentavam do morador da casa ao lado que matara a mulher e seu filho. Aparentemente o marido, homem tido como ótimo vizinho apenas um pouco distante , era usuário assíduo de prozac, entrara transtornado no quarto atirando, matando sua esposa e filho que assistiam tv...

INSONIA

As vezes é diferente mas normalmente as palavras não saem, elas não vem, não mais o método, tão pouco a oportunidade o caso é que não acontece.
Já tinha imaginado até como seria, como se um estalo no cérebro acontecesse e com o barulho uma enxurrada de palavras e preposições apareceriam na minha frente claro que teriam (como contrario dessa) perfeita concordância temporal sem falar no impecável estilo. Porem a vida vivida é muito diferente da vida esperada e aqui estou eu a sujar essas linhas e nada de singular a dizer. Sei que deveria dormir mas simplesmente não consigo, minha cabeça continua trabalhando em 110% de capacidade, também sei q a esta hora da manhã deveria ter consciência de todo o dia que terei de enfrentar, ele que logo deve chegar. (hehe rimou)


Talvez seja a utópica maturidade querendo se estabelecer de vez, e meu corpo lutando desesperadamente para isso não entrar, não sei de onde isso vem, muito menos para aonde vai espero apenas que isso me traga um pouco de paz, quem sabe assim eu volte a sonhar algo que nem eu me lembro da ultima vez que eu fui capaz.

santiago, 5:15am

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

ERAM BELOS OS PROBLEMAS DE 2004....

E quando se tem um encontro com o diabo, Shakespeare diz que belzebu é um cavalheiro, eu digo que ele é o que precisa ser. Fazia dois dias que eu já tinha parado de fumar, sempre tive esta facilidade, porem acho que já não a possuo mais. A porta estava aberta, conforme o vento passava ela batia, uma batida sistêmica e chata.Tive a brilhante idéia de calçar a bendita com alguma coisa, a primeira que despertou minha atenção, foi uma carteira de cigarros, que já há muito tempo estava em cima da cômoda; Tal maço estava ali a muito tempo mesmo, e como não podia ser diferente estava vazio, ou assim o pensei, mas quando o peguei e o dobrei, senti!, o impossível acabava de acontecer. Costumam dizer que o diabo não vem só, hoje entendo bem esta colocação; Abri a carteira com meu coração pulsando forte, não sei se os dois dias de abstinência da nicotina ou o nervosismo hipócrita de só c acreditar vendo é que estava me causando aquela palpitação, mas lá estava Ele, e como era de se esperar não estava só, eram dois os malditos cigarros. Não é sempre que c da de cara com o demônio, por isso achei uma falta de educação me fazer de rogado; Fumei-os dois, e estavam ótimos. escrito nos idos de 2004...

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

(Muitos) dias atras

Como Dickens diria- Ele nasceu...Assim começa minha historia. Absolutamente, ela almeja não mais que seu próprio sustento, logo seu foco visa enche-la dela mesma.( santa redundância...)
A vida, não quando descobri que ela existia, digo, muito antes, naquela época que temos a idéia de sermos diferentes, especiais!
Estranho agora, é que quando paro e começo a pensar em minha meninice, um cheiro invade-me as narinas... Bolinhos fritos de bacalhau! Indiscutivelmente o primeiro cheiro que tenho gravado em meu banco de dados mental.
Estávamos na páscoa se não me engano, alguns vizinhos vieram passar a noite em nossa casa. Nesta data minha mãe estava muito ocupada, da mesma maneira que sempre estava caso fosse preciso receber e tratar (bem) alguém. Ela atarefada dava conta de tudo, desde servir bebidas a trupe, como preparar a tão aguardada e deliciosa refeição.
Eu corria da frente da casa, um terreno comprido porem estreito, na velocidade de minha infância e não duvido que recordes eram batidos naqueles dias, estes poucos segundos eram para chegar a calçada na beira da rua.Tenho certeza de ter um companheiro nesta noite, apavorado com os quitutes de minha mãe toda vez que chegávamos a calçada ele me instigava a voltar, e quando eu não concordava ele puxava outro bolinho de bacalhau do bolso, aquilo saia todo amassado mas o cheiro era o suficiente para quebrar minha já vacilante resolução e lá voltávamos nós em carreira para a cozinha da minha mãe.Esta noite virou lenda no seio de nosso núcleo familiar, estória passada de pai pra filho hoje em dia, quando logo após a refeição o pai de meu colega de assaltos a mesa materna , sentou ao lado de meu pai e resolveu soltar todo seu cabedal intelectual e nós pequenos não podíamos ficar, afinal ali no mínimo planos de assassinatos eram feitos para ter toda a censura que tinha, mas o fato é que pela primeira vez conseguimos ficar escutando perto da porta, e perdidos nos axiomas e teorias não explicadas da psicanálise, meu velho após alguns instantes no qual se daria a sua tão esperada antítese de todo o saber ouvido, deitado na rede retrucou: fulano seguinte, eu vou fechar meu olhos aqui, mas tu continua falando que eu to prestando a atenção, ok? Assim talvez foram 5 ou 6 segundos de silencio eo tempo que aquele povo que incluía mais uma esposa e um irmão pequeno, demoraram para sair como um turbilhão, se despedindo de todos e saindo porta fora, fui também mandado para cima para o quarto para dormir, mas ainda deu tempo de escutar ele falando: que foi que eu fiz de mais??? Com voz de sono e lá em baixo minha mãe que com as mãos na cintura e completamente indignada balançava a cabeça em desaprovação.
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